sábado, 14 de julho de 2012

Atividades de Estudo e Pesquisa sobre Missões

Tendo como base nos conteúdos da figura abaixo propomos atividades de estudo e pesquisa.





As Missões Jesuíticas no Rio Grande do Sul – Brasil.

Sete Povos das Missões é o nome que se deu ao conjunto de sete aldeamentos indígenas fundados pelos Jesuítas espanhóis no Continente do Rio Grande de São Pedro, atual Rio Grande do Sul. Os Sete Povos também são conhecidos como Missões Orientais, por estar localizado a leste do rio Uruguai.
Os Sete Povos foram fundados na derradeira onda colonizadora jesuíta na região, depois de terem sido fundadas dezoito reduções em tempos anteriores, todas destruídas pelos bandeirantes brasileiros e exploradores portugueses. Dentre as causas apontadas pelos historiadores para o retorno está a abundância de gado na região e o desejo da coroa espanhola de assegurar a posse daquelas terras, em virtude da crescente presença portuguesa no sul. Contudo, essas teses são controversas.
Seja como for, a partir de 1682 os Jesuítas começaram a voltar para as suas antigas terras, e neste mesmo ano foi fundado o primeiro dos Sete Povos: São Francisco de Borja, seguido por São Nicolau, São Luiz Gonzaga e São Miguel.
Em São Miguel das Missões localiza-se o Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo, onde estão as ruínas jesuítas da antiga redução de São Miguel Arcanjo. Foi declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1983.
O sítio arqueológico conta com o Museu das Missões, que abriga estátuas de imagens sacras feitas pelos índios Guarani.
As missões jesuíticas espanholas no sul do Brasil foram uma nação isolada no meio da selva. Foram 200 anos de muito trabalho, guerras, pregações, para construir verdadeiras cidades, com igrejas, indústrias, hospital, escolas, dirigidas com muita sabedoria e rigidez pelos jesuítas.
O sistema usado junto aos guaranis e tapes era semelhante ao dos Incas no Peru. A igreja era o centro da organização. Seu prédio, também sempre tinha lugar estratégico, no centro da redução. Depois construíam a casa dos jesuítas e as casas das famílias indígenas. As famílias indígenas já começavam a viver sob a orientação católica da época. Todos os índios catequizados trabalhavam sob a orientação dos jesuítas. Novas áreas de terra iam sendo preparadas para a produção de alimentos que sempre tinha com fartura para todos.
Oficinas de trabalho que se transformavam em pequenas indústrias. Ferrarias. Fabricavam até instrumentos musicais. Pequenos hospitais eram construídos para atender os moradores da redução. Uma das grandes virtudes dos jesuítas era na área cultural. Foram encontrados livros escritos em alemão, impressos nas reduções jesuíticas do sul do Brasil. Inúmeras atividades eram desenvolvidas pelos jesuítas nas reduções. A Produção de tecidos era uma delas. Mas a mais importante de todas foi à criação de gado. Foram os jesuítas que introduziram a criação de gado no Rio Grande do Sul. A pecuária do Rio Grande do Sul é um dos setores importantes da economia gaúcha até nossos dias.
O gado criado pelos jesuítas acabou sendo abandonado nas primeiras tentativas de povoamento de algumas regiões quando foram expulsos pelos bandeirantes que escravizavam os índios. Esse gado, por quase 40 anos ficou produzindo nos campos gaúchos. Era tanto gado que se tornou uma grande alternativa de renda por vários anos. Foi  nesta época que os jesuítas voltaram ao Rio Grande do Sul para fundar os Sete Povos das Missões.
No Rio Grande do Sul os jesuítas fundaram a primeira cidade, ou seja, a primeira redução jesuítica na cidade de São Miguel das Missões, quase na divisa com a Argentina, no ano de 1687. Os índios guarani foram os escolhidos pelos jesuítas para sua catequização. Os Charruas e Guenoas viviam em guerra com os Guaranis e por este motivo os jesuítas deixaram de contatá-los.
O que sobrou das reduções jesuíticas dá-nos a ideia da organização em que viviam os índios e os jesuítas. A organização era tamanha que os europeus temiam que ali estivesse a fundação inicial de um novo país, colocando os jesuítas contra os espanhóis. Mas isto nunca foi pensado pelos jesuítas. Era o trabalho que engrandecia o empreendimento. Na pintura, na escultura, nas artes plásticas e no artesanato, os índios eram verdadeiros artistas.
Os padres jesuítas administravam a organização muito rigorosamente. E tudo sob a doutrina da Igreja Católica. Os índios eram obrigados a aceitar a catequização se quisessem participar da organização.
Os impostos eram pagos ao governo espanhol. Possuíam a formação de um exército para defender-se da expansão portuguesa, dominar as rebeliões e lutar contra os bandeirantes.
A inveja era tanta pelos portugueses e outros povos europeus que pressionaram os espanhóis a desentenderem-se com os padres jesuítas. Os espanhóis trocaram a Colônia do Sacramento que era dos portugueses pelos Sete Povos das Missões de domínio espanhol. É bom lembrar que a Colônia do Sacramento foi uma luta dos índios guaranis em favor da Espanha.
Com esta troca efetuada entre espanhóis e portugueses os índios deviam abandonar suas terras e se instalar na Argentina. Naturalmente, os índios não aceitaram e declararam guerra a Portugal e à Espanha. Começava a Guerra Guaranítica.
Com o início da guerra, milhares de pessoas foram mortas, principalmente indígenas guaranis. Mas Portugal e Espanha fizeram outro acordo. Os índios podiam ficar, mas os padres jesuítas tinham que deixar a região. Isso mesmo! Os jesuítas foram expulsos, deixando a organização sem administração.
Militares portugueses assumiram o comando das reduções e transformaram os índios em soldados para defender a coroa portuguesa nos conflitos da Região do Prata. Os índios foram exterminados pelas guerras que aconteceram nas próximas sete décadas.
A República Guarani (Comunista/Social Cristã) como muitos historiadores a definem nasceu no meio da mata. E continua lá para ser descoberta, pois muito pouco foi pesquisado sobre o assunto. Continua lá para ser visitada. É uma verdadeira aula cultural.


Nenhum comentário:

Postar um comentário